Holden

Este foi o meu xaile de Janeiro, Holden.

O nome fez jus ao mês, que para mim é sempre mais tristonho, como se ficassem plasmadas em mim as emoções vividas no passado por esta altura, como se os ciclos rítmicos da Natureza se reproduzissem no reviver de alturas menos felizes.

Holden penso que significa seguro, e penso que já me consegui segurar e Janeiro já acabou!…

O modelo é o Holden da Mindy Wilkes e fiz o tamanho médio que é bastante grande.

Alterei o original, tricotando em riscas. Aliás, tenho um fascínio por riscas, têm um efeito hipnótico em mim…

As riscas chamam de facto a atenção do observador e é curioso pensar como serviam para marcar por exemplo, os prisioneiros. Na época medieval eram até associadas ao diabo…

Foi apenas em meados do séc. XVI durante a Renascença, que as riscas perderam esta conotação e começaram a ser vistas de outra forma.

Há um livro muito interessante – The Devil’s Cloth de Michel Pastoreau, que fala precisamente da utilização das riscas nos tecidos ao longo da história.

“…striped clothing was relegated to those on the margins or outside the social order (…), and in medieval paintings the devil himself is often depicted wearing stripes. The West has long continued to dress its slaves and servants, its cre members and convicts in stripes.” The devil’s cloth – Michel Pastoreau

Acho que são apropriadas a uma ovelha negra…

Voltando ao meu xaile, utilizei a lã Prima Merino da Lanas Stop em agulhas de 4mm e fiquei muito contente com o resultado. Utilizei dois novelos da cor clara e um novelo da cor escura. Não deve dar para ter noção, mas o xaile está enorme, é o maior que já fiz, portanto a lã teve um rendimento óptimo!

Deixo aqui algumas combinações engraçadas com este fio!